A LENDA DOS TÁXIS DE PARIS.

Conta a lenda que, na noite de 6 de setembro de 1914, com os alemães se aproximando de Paris, uma frota de táxis, comandados pela polícia de Paris sob as instruções do general Gallieni, transportou os reforços que mudaram o rumo da batalha e salvaram a capital.

É verdade que os taxis foram chamados para transportar soldados para a frente de batalha, muitos eram da empresa G7, que existe até hoje e um deles está exposto com destaque no Musee de la Grand Guerre, em Paris. Esses táxis, fabricados pela Renault podiam transportar cinco homens a uma velocidade média de 40 km/h e o primeiro comboio partiu com cerca de 250 veículos em busca dos soldados que deveria transportar e logo foi seguido por outra frota de taxis.

Na manhã seguinte, os táxis encontravam-se parados, nos arredores da capital, enquanto os oficiais que comandavam os comboios tentavam encontrar os batalhões que deveriam transportar. Somente ao anoitecer eles foram finalmente localizados e os soldados embarcaram surpresos ao descobrir que viajariam de taxi para o Front. Estima-se que, até o final da operação, no dia 08 de setembro, os taxis tenham transportado cerca de 5.000 homens para áreas a linha de frente, a maioria deles permanecendo como reserva.

Apesar de sua irrelevância para o desfecho da Batalha que ficaria conhecida como o “Milagre do Marne” e que envolveu mais de um milhão de combatentes, a epopeia dos “Táxis do Marne” se tornou um símbolo exemplar da unidade e da solidariedade francesas, apesar das reclamações dos taxistas pressionados a trabalhar ou da conta enviada aos militares, já que os taxímetros funcionaram normalmente. Mesmo passados mais de cem anos, o mito construído a partir da imagem daqueles taxis lotados seguindo para o Front, desempenhando seu papel na defesa de Paris, ainda enche os franceses de orgulho.

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