Invasão da Alemanha pela França em 1939.

Dia 07 de setembro, pela manhã, grupos de reconhecimento pertencentes aos 3º, 4º e 5º Exércitos Franceses transpõem a fronteira alemã a Oeste dos Vosges, em frente a Sarrelouis, Saarbrück e Deux-Ponts. O objetivo da ofensiva é aliviar a Polônia, obrigando o Exército Alemão a voltar-se para a Frente Ocidental.

Demasiado tarde? Não, não é demasiado tarde… É dramaticamente, irremediavelmente, tarde demais!

Pelo relógio de 1914, essa intervenção no quinto dia de mobilização seria honrosa. Procedia-se de início a concentração dos exércitos e somente quando essa concentração terminasse, seria possível empreender uma ação ofensiva. O tratado entre franceses e poloneses estava em conformidade com essa concepção e previa que a França desencadearia, progressivamente, “operações ofensivas de objetivos limitados”, a partir do quarto dia de mobilização, atacando com o grosso das suas forças a partir do décimo-quinto dia. Assim sendo, a França não estava atrasada, nem quanto ao compromisso assumido, nem quanto ao relógio do seu Pensamento Militar.

Mas pelo relógio de 1939, essa intervenção chega tão tarde que se torna inútil. A Polônia ainda luta, mas sua derrota está consumada. O mesmo 7 de setembro em que as vanguardas francesas entram prudentemente no Sarre, marca o desabamento da resistência organizada na Polônia. A forças alemães, vindas do Norte, chegam na retaguarda de Varsóvia que é abandonada as pressas pelo Governo, pelo Alto Comando Militar e pelo Corpo Diplomático. Eles ainda não sabem, mas sua rota de fuga para o Sudeste está cortada pelo 14º Exército, que depois de ter conquistado Cracóvia, se aproxima da fronteira da Romênia. No Oeste, a manobra das forças alemães resulta no primeiro grande cerco da guerra, capturando várias divisões polonesas no Bolsão do Bzura, um total de aproximadamente 150 mil homens.

O sucesso extrapola as mais otimistas expectativas alemães e ofusca uma série de problemas, mas a combinação das unidades blindadas com a aviação é avassaladora. A infantaria e a cavalaria polonesas são impotentes diante dos tanques, a artilharia hipomóvel perde todos os seus cavalos sob os bombardeios implacáveis da Luftwaffe, que também cortam linhas de comunicação e desorganizam a Retaguarda.

Enquanto isso, desesperados representantes poloneses pedem que franceses e ingleses realizem ataques aéreos. Os ingleses dizem que a RAF vai toda noite jogar panfletos sobre Alemanha e os franceses julgam inoportuno provocar retaliações contra suas próprias industrias de armamento. No solo, os franceses que avançam vagarosamente são surpreendidos por campos minados e armadilhas, artifícios que o Exército Francês praticamente desconhece.

Para ser efetivo neste ataque, o Exército Francês deveria dispor de Corpos Blindados que pudesse lançar contra a Alemanha e invadi-la de fato, mas essa força não existe e, com o passar dos dias, o Alto Comando Frances, diante da inevitável derrota polonesa, decide interromper seu ataque claudicante e focar nas operações defensivas, que são a essência doutrinária do seu pensamento militar.

A imagem mostra um soldado francês do 151º Regimento de Infantaria da 42ª Divisão de Infantaria na vila alemã de Lauterbach em 9 de setembro de 1939.

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